quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ORIXA OBALUAE


DIA: SEGUNDA FEIRA
DATA:16/08
CORES: PRETO BRANCO E VERMELHO
SIMBOLOS: XAXARA OU ILEU, LANÇA DE MADEIRA E LAGIDIBA.
ELEMENTOS: TERRA E FOGO DO INTERIOR DA TERRA
DOMINIOS: DOENÇAS EPIDEMICAS, CURA DE DOENÇAS, VIDA E MORTE.
COMIDA: ARROZ BRANCO COBERTO COM PIPOCA E ENFEITADO COM FATIAS DE PAO DE TRIGOREGADAS DE DENDE
SAUDAÇAO:ATOTOO!!!

HISTORIA:

Xapanã nasceu em Empê,no território Tapá,também chamado Nupê.
Era um guerreiro terrível que,seguido de suas tropas,
percorria o céu e os quatro cantos do mundo.
Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem.
Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste.
assim,chegou Xapanã em território Mahi,no Daomé.
A terra dos mahis abrangia as cidades de Savalu e Dassa Zumê.

Quando souberam da chegada iminente de Xapanã,
os habitantes desta região,apavorados,consultaram um adivinho.
E assim ele falou:
"Ah! O grande guerreiro chegou de Empê!
Aquele que se tornará o senhor do país!
Aquele que tornará esta terra rica e próspera,chegou!
Se o povo não aceitá-lo,ele o destruirá!
É necessário que supliquem a Xapanã que vos poupe.
Façam-lhe muitas oferendas; todas as que ele goste:
inhame pilado,feijão,farinha de milho,azeite de dendê,picadinho de carne de bode
e muita,muita pipoca!
Será necessário,também,
que todos se curvem diante dele,
que o respeitem e o sirvam.
Desde que o povo o reconheça como pai,
Xapanã não o combaterá,mas protegerá a todos!"

Quando Xapanã chegou,conduzindo seus ferozes guerreiros,
os habitantes de Savalu e Dassa Zumê reverenciaram-no,
encostando suas testas no chão,e saudaram-no:

Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!
"Respeito e submissão!"

Xapanã aceitou os presentes e as homenagens,dizendo:
"Está bem! Eu os pouparei!
Durante minhas viagens,desde Empê,minha terra natal,
sempre encontrei desconfiança e hostilidade.
Construam para mim um palácio.
É aqui que viverei à partir de agora!"

Xapanã instalou-se assim entre os mahis.
O país prosperou e enriqueceu,
e o grande guerreiro não voltou mais a Empê,
no território Tapá,também chamado Nupê.

Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas.
Ele tem,também,o poder de curar.
As doenças contagiosas são,na realidade,
punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziram-se mal.
Seu verdadeiro nome,é perigoso demais pronunciar.
Por prudência,é preferível chamá-lo Obaluaê,O "Rei Senhor da Terra"
ou Omulu,o "Filho do Senhor".

Quando Xapanã instalou-se entre os mahis,
recebeu,em uma nova terra,o nome de Sapatá.
Aí também,era preferível chamá-lo Ainon,o "Senhor da Terra",
ou,então, Jeholu,o "Senhor das Pérolas".

O fato de ser chamado Jeholu e Ainon
causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé,
pois eles também usavam estes títulos.
Enciumados,os Jeholu de Abomey expulsaram,várias vezes,
Jeholu Ainon do Daomé e obrigaram-no a voltar,
transitoriamente,à terra dos mahis.
Jeholu Ainon vingou-se:
vários reis daomeanos morreram de varíola!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

OXOSSI ORIXA


DIA:QUINTA FEIRA
DATA:20/01
COMIDA:ABOBORA COM CAMARAO,CANJICA DE MILHOVERDE E CAMARAO DE OXOSSI
SIMBOLOS:OFA(ARCO),DAMATA(FLECHA) E ERUKERE
COR: AZUL - TURQUEZA
ELEMENTO:TERRA(FLORESTA E CAMPOS CULTIVAVEIS)
DOMINIOS:CAÇA,AGRICULTURA,ALIMENTAÇAO E FARTURA
SAUDAÇAO:OKE ARO!!!AROLE!!!


HISTORIA:
Olofin era um rei africano da terra de Ifé,lugar de origem de todos os iorubas.
Cada ano,na época da colheita,Olofin comemorava,em seu reino,a Festa dos Inhames.
Ninguém no país podia comer dos novos inhames antes da festa.
Chegado o dia,o rei instalava-se no pátio do seu palácio.
Suas mulheres sentavam-se à sua direita,
seus ministros sentavam-se à sua esquerda,
seus escravos sentavam-se atrás dele,agitando leques e espanta-moscas,
e os tambores soavam para saudá-lo.
As pessoas reunidas comiam inhame pilado e bebiam vinho de palma.
Elas comemoravam e brincavam.
De repente,um enorme pássaro voou sobre a festa.
O pássaro voava à direita e voava à esquerda...
Até que veio pousar sobre o teto do palácio.
A estranha ave fora enviada pelas feiticeiras,
furiosas porque não foram também convidadas para a festa.
O pássaro causava espanto a todos!
Era tão grande que o rei pensou ser uma nuvem cobrindo a cidade.
Sua asa direita cobria o lado esquerdo do palácio,
sua asa esquerda cobria o lado direito do palácio,
as penas do seu rabo varriam o quintal e sua cabeça,o portal da entrada.
As pessoas assustadas comentavam:
"Ah! Que esquisita surpresa?"
"Eh! De onde veio este desmancha-prazer?"
"Ih! O que veio fazer aqui?"
"Oh! Bicho feio de dar dó!"
"Uh! Sinistro que nem urubu!"
"Como nos livraremos dele?"
"Vamos,rápido,chamar os caçadores mais hábeis do reino."
De Idô,trouxeram Oxotogun,o "Caçador das vinte flechas".
O rei lhe ordenou matar o pássaro com suas vinte flechas.
Oxotogun afirmou:
"Que me cortem a cabeça se eu não o matar!"
E lançou suas vinte flechas,mas nenhuma atingiu o enorme pássaro.
O rei mandou prendê-lo.
De Morê,chegou Oxotogi,o "Caçador das quarenta flechas".
O rei lhe ordenou matar o pássaro com com suas quarenta flechas.
"Oxotogi afirmou:
"Que me condenem à morte,se eu não o matar!"
E lançou suas quarenta flechas,mas nenhuma atingiu o pássaro.
O rei mandou prendê-lo.
De Ilarê,apresentou-se Oxotadotá,o "Caçador das cinqüenta flechas".
Oxodotá afirmou:
"Que exterminem toda a minha família,se eu não o matar".
Lançou suas cinqüenta flechas e nenhuma atingiu o pássaro.
O rei mandou prendê-lo.
De Iremã,chegou,finalmente,Oxotokanxoxô,o "Caçador de uma flecha só".
O rei lhe ordenou matar o pássaro com sua única flecha.
Oxotokanxoxô afirmou:
"Que me cortem a cabeça em pedaços se eu não o matar!"

Ouvindo isto,a mãe de Oxotokanxoxô,que não tinha outros filhos,
foi rápido consultar um babalaô,o adivinho,
e saber o que fazer para ajudar seu único filho.
"Ah! disse-lhe o babalaô".
"Seu filho está a um passo sa morte ou da riqueza.
Faça uma oferenda e a morte tornar-se-á riqueza".
E ensinou-lhe como fazer uma oferenda que agradasse as feiticeiras.
A mãe sacrificou,então,uma galinha,abrindo-lhe o peito,
e foi rápido colocar na estrada,gritando três vezes:
"Que o peito do pássaro aceite este presente!"
foi no momento exato que Oxotokanxoxô atirava sua única flecha.
O feitiço pronunciado pela mãe do caçador chegou ao grande pássaro.
Ele quis receber a oferenda e relaxou o encanto que o protegera até então.
A flecha de Oxotokanxoxô o atingiu em pleno peito.
O pássaro caiu pesadamente,se debateu e morreu.
A notícia espalhou-se:
"Foi Oxotokanxoxô,o "Caçador de uma flecha só",que matou o pássaro!
O rei lhe fez uma promessa,se ele o conseguisse!
Ele ganhará a metade da sua fortuna!
Todas as riquezas do reino serão divididas ao meio,
e uma metade será dada a Oxotokanxoxô!!"
Os três caçadores foram soltos da prisão e,como recompensa,
Oxotogun,o "Caçador das vinte flechas",
ofereceu a Oxotokanxoxô vinte sacos de búzios;
Oxotogi,o "Caçador das quarenta flechas",ofereceu-lhe quarenta sacos;
Oxotadotá,o "Caçador das cinqüenta flechas",ofereceu-lhe cinqüenta.
E todos cantaram para Oxotokanxoxô.
O babalaô,também,juntou-se a eles,cantando e batendo em seu agogô:

"Oxowusi! Oxowusi!! Oxowusi!!! "O caçador Oxó é popular!"

E assim é que Oxotokanxoxô foi chamado Oxowusi.
Oxowusi! Oxowusi!! Oxowusi!!!

OGUM ORIXA


DIA:TERÇA FEIRA
DATA:25/04
COMIDA:CARA
CORES:AZUL E VERMELHO(ALGUMAS QUALIDADES)
SIMBOLOS:BIGORNA,PA,ENCHADA E OUTRAS FERRAMENTAS
DOMINIOS:GUERRA,PROGRESSO,COMQUISTA E MATALURGIA
SAUDAÇAO:OGUM YEE!!!!

HISTORIA:
Ogum era o mais velho e o mais combativo
dos filhos de Odudua,o conquistador e rei de Ifé.
Por isto,tornou-se o regente do reino quando Odudua,
momentaneamente,perdeu a visão.
Ogum era guerreiro sanguinário e temível.

"Ogum,o valente guerreiro,
O homem louco dos músculos de aço!
Ogum,que tendo água em casa,
lava-se com sangue!"

Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos.
Ele trazia sempre um rico espólio de suas expedições,
além de numerosos escravos.
Todos estes bens conquistados,ele entregava a Odudua,seu pai,rei de Ifé.

"Ogum o violento guerreiro,
o homem louco,dos músculos de aço.
Ogum,que tendo em casa,
lava-se com sangue!"

Ogum teve muitas aventuras galantes.
Ele conheceu uma senhora,chamada Elefunlosunlori-
"aquela que pinta a cabeça com pó branco e vermelho."
Era a mulher de Orixá Okô,o Deus da agricultura.

De outra feita,indo para a guerra,Ogum encontrou,à margem de um riacho,
uma outra mulher,chamada Ojá,e com ela teve o filho Oxóssi.
Teve,também,três outras mulheres que tornaram-se,depois,mulheres de Xangô.

Kawo Kabieyesi Alafin Oyó Alayeluwa!
Saudemos o Rei Xangô,o dono do palácio de Oyó,Senhor do Mundo!"

A primeira,Iansâ,era bela e fascinante;
a segunda,Oxum,era coquete e vaidosa;
a terceira,Obá era vigorosa e invencível na luta.

Ogum continuou suas guerras.
Durante uma delas,ele tomou Irê.
Antigamente,esta cidade era formada por sete aldeias.
Por isto chamam-no,ainda hoje,Ogum mejejê lodê Irê-
"Ogum das sete partes de Irê"
Ogum matou o rei Onirê e o substituiu pelo próprio filho,
conservando para si o título de Rei.
Ele é saudado como Ogum Onirê! "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto,ele foi autorizado a usar apenas uma coroa,"akorô".
Daí ser chamado,também,de Ogum Alakorô-"Ogum dono da pequena coroa".

Após instalar seu filho no trono de Irê,
Ogum voltou a guerrear por muitos anos.
Quando voltou a Irê,após longa ausência,ele não reconheceu o lugar.
Por infelicidade,no dia de sua chegada,celebrava-se uma cerimônia,
na qual todo mundo devia guardar silêncio completo.
Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho da palma,
mas não sabia que elas estavam vazias.
O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo.
Ogum,cuja paciência é curta,encolerizou-se.
Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas.

A cerimônia tendo acabado,apareceu,finalmente o filho de Ogum
e ofereceu-lhe seus pratos prediletos:
caracóis e feijão,regados com dendê;
tudo acompanhado de muito vinho de palma.

"Ogum,violento guerreiro,
o homem louco dos músculos de aço.
Ogum,que tendo água em casa,
lava-se com sangue!"

"Os prazeres de Ogum são o combate e as brigas.
O terrível orixá,que morde a si mesmo sem dó.
Ogum mata o marido no fogo e a mulher no fogareiro.
Ogum mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada!"

Ogum,arrependido e calmo,lamentou seus atos de violência,
e disse que já vivera bastante,
que viera agora o tempo de repousar.
Ele baixou,então,sua espada e desapareceu sob a terra.
Ogum tornara-se um orixá.

domingo, 13 de setembro de 2009

EXU ORIXA

DIA:SEGUENDA FEIRA
COMIDA:PADE DE DENDE,PADE DE AZEITE DOCE PADE DE CACHAÇA E BIFE MAL PASSADO
SIMBOLOS:OGO DE FORMA FALICA,FALO ERETO
ELEMENTOS:TERRA E FOGO
PEDRAS:RUBI E GRANADA
FOLHAS:FOLHAS DE FOGO,AROEIRA VERMELHA,FIGUEIRA BRAVA,BREDO,URTIGA E CORAÇAO DE NEGRO
ODU QUE REGE:OKARAN E OWARIN
DOMINIOS:SEXO,MAGIA,UNIAO,PODER E TRANSFORMAÇAO
SAUDAÇAO:LAROIE!!!

Origem e História



Exu é o mais sutil e o mais astuto de todos os orixás.
Ele aproveita-se de suas qualidades para provocar mal-entendidos e discussões
entre as pessoas ou para preparar-lhes armadilhas.
Ele pode fazer coisas extraordinárias como, por exemplo,
carregar, numa peneira, o óleo que comprou no mercado,
sem que este óleo se derrame desse estranho recipiente!
Exu pode ter matado um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje!
Se zanga-se, ele sapateia uma pedra na floresta, e esta pedra põe-se a sangrar!
Sua cabeça é pontuda e afiada como a lâmina de uma faca.
Ele nada pode transportar sobre ela.
Exu pode também ser muito malvado, se as pessoas se esquecem de homenageá-lo.
É necessário, pois, fazer sempre oferendas a Exu, antes de qualquer outro orixá.
A segunda-feira é o dia da semana que lhe é consagrado.
É bom fazer-lhe oferendas neste dia,
de farofa, azeite de dendê, cachaça e um galo preto.

Certa vez, dois amigos de infância, que jamais discutiam,
esqueceram-se, numa segunda-feira, de fazer-lhe as oferendas devidas.
Foram para o campo trabalhar, cada um na sua roça.
As terras eram vizinhas, separadas apenas por um estreito canteiro.
Exu, zangado pela negligência dos dois amigos,
decidiu preparar-lhes um golpe à sua maneira.
Ele colocou sobre a cabeça um boné pontudo
que era branco do lado direito e vermelho do lado esquerdo.
Depois, seguiu o canteiro, chegando à altura dos dois trabalhadores amigos e,
muito educadamente, cumprimentou-os:
"Bom trabalho, meus amigos!"
Estes, gentilmente, responderam-lhe:
"Bom passeio, nobre estrangeiro!"
Assim que Exu afastou-se, o homem que trabalhava no campo à direita,
falou para o seu companheiro:
"Quem pode ser este personagem de boné branco?"
"Seu chapéu era vermelho", respondeu o homem do campo à esquerda.
"Não, ele era branco, de um branco alabastro, o mais belo branco que existe!"
"Ele era vermelho, um vermelho escarlate, de fulgor insustentável!"
"Ele era branco, tratas-me de mentiroso?"
"Ele era vermelho, ou pensas que sou cego?"

Cada um dos amigos tinha razão e estava furioso da desconfiança do outro.
Irritados, eles agarraram-se e começaram a bater-se
até matarem-se a golpes de enxada.
Exu estava vingado!
Isto não teria acontecido se as oferendas a Exu
não tivessem sido negligenciadas.
Pois Exu pode ser o mais benevolente dos orixás
se é tratado com consideração e generosidade.
Há uma maneira hábil de obter um favor de Exu.
É preparar-lhe um golpe mais astuto que aqueles que ele mesmo prepara.

Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca.
Seus campos estavam áridos, a chuva não caía.
As rãs choravam de tanta sede e os rios
estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores.
Nenhum orixá invocado escutou suas queixas e gemidos.
Aluman decidiu, então, oferecer a Exu grandes pedaços de carne de bode.
Exu comeu com apetite desta excelente oferenda.
Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado.
Exu teve sede.
Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha em casa,
e que tinham, em suas casas, os vizinhos,
não foi suficiente para matar sua sede!
Exu foi à torneira da chuva e abriu-a sem pena.
A chuva caiu.
Ela caiu de dia, ela caiu de noite.
Ela caiu no dia seguinte e no dia de depois, sem parar.
Os campos de Aluman tornaram-se verdes.
Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:

"Joro, jara, joro Aluman,
Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes!
Joro, jara, joro Aluman,
Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
Joro, jara, joro Aluman,
Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!
Joro, jara, joro Aluman!"

E as ranzinhas gargarejavam e coaxavam,
e o rio corria velozmente para não transbordar!
Aluman, reconhecido, ofereceu a Exu carne de bode
com o tempero no ponto certo da pimenta.
havia chovido bastante. Mais, seria desastroso!
Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.